terça-feira, 15 de setembro de 2009

"PENSAMENTOS DE L.MEIRA" (PARTE 7)


DISFARCE DE VIDA


Por que hoje em dia a vida vem sempre disfarçada de alguma coisa? Será que sempre foi assim? Por que os melhores filmes que passam na tv aberta são de madrugada? Claro, pois o horário nobre é reservado para o politicamente correto. Mas o que é o correto? Explique-me também o motivo dos namorados e casados fingirem-se de bons moços para desfrutar seus devaneios mais ocultos de vida-bandida quando dão uma escapadinha com o grupo de amigos na segunda-feira às 20hs? Até a mulher casada já se constrange em falar sobre sexo com o marido, pois confundi a idéia de intimidade com um modernismo promíscuo que se deixou habituar pelo que vê na tv. Mas tv de qual horário? hehe

Têm outros que comem salada no almoço e devoram uma caixa inteira de bom-bom antes de dormir. Compram bolsas Dior e relógios Rolex falsificados pela sensação de tê-los de fato. Outros, ainda, esperam a oportunidade de beber algo bem alcoólico para justificar suas atitudes no dia seguinte sobre a noite anterior. E a sucessão de disfarces vai muito além das fantasias, cargos ou hierarquias. A atitude de cada um virou uma falácia. Uma piada que a mim já perdeu a graça. O que queria sair de dentro não sai. Camufla-se aos poucos. Gestos e palavras repetidas. Tudo é copiado. O que é novo apavora e o que é ousado ou é brega, ou gay ou talvez absurdo. Tudo fica tão banal que a maioria não cai de boca na realidade, como faria qualquer guri de quintal ao chupar uma laranja que cai do pé. Mas simplesmente permeia o que se tem pra viver, com certo nojinho, além do tradicional e oculto medo, sabe? Tipo como pegar papel de bala melado com a ponta dos dedos. A maioria prefere a ilusão, ignorando essa dialética do viver pra crescer ou do superar pra entender. A política do que vier, vem bem e do time que se ganha não se mexe.

O maior exemplo disso é a platéia. Platéia do que for: Do estádio, do teatro, do cinema, da pintura, da arte no museu ou no semáforo da rua ao lado. Quando sentado na poltrona bem acomodado, os olhos do espectador, seja ele tele ou não, parecem desamarrados; as preocupações vão embora. O corpo desmaia para novas sensações e o cérebro assimila lisonjeado o enredo da arte que o confundi com a vida, mas só confundi. Uma pena que ao término a sua reação é sempre a mesma: “Ah, era só uma historinha de `faz de conta`...” e, voltam pra suas casas, com suas rotininhas e suas vidinhas simples e bem reais, novamente. Essa que eles gostam.

Tudo que se viu ou se admirou por algumas horas ou até minutos de espetáculo pareceu cair num backup apenas de boas lembranças que não farão nem cócegas na conduta do personagem maior da vida dele, que é ele mesmo. O próprio protagonista. Afinal, o que é real e o que é disfarce? Observe melhor à sua volta e absorva com coerência o que está exposto a ti. Nem tudo que está por trás das cortinas é de mentirinha e nem tudo que está exposto ao céu claro é de verdade.



L. Meira

19 comentários:

  1. disfarce de vida?teorias e práticas ,nunca foi uma boa combinação.Nessa selva que vivemos ,impossivel naõ viver no disfarce o tempo todo.

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  2. também concordo.a prática nos torna personagens...adoro personagens!

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  3. "A dificuldade é tentar ensinar a multidão que algo pode ser verdadeiro e falso ao mesmo tempo."
    Arthur Schopenhauer

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  4. de todo o iodo ja postado esse foi o menos pior...um abraço

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  5. Pensando no número atômico 53,quem quer confetes e serpentinas(purpurinas),não pega na mão uma caneta.

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  6. onde estaria a importancia e o enfoque do contexto principal, se oque menos importa em uma resenha eh o prisma, e sim, a retorica. que nao se confunda alhos com bugalhos, o iodo nao difere daquilo que comumente chamamos lodo, senao pela presenca nuclear muito mais elevada de particulas de, pasmem, iodo. eh como disse sabiamente o pugilista frances jaimee le coq quando de sua derrota mais dolorosa na carreira, "passo noites pensando em como sera vencer, que quando perco quero que o mundo se exploda". vemos aqui nao soh a agonia e o egoismo que permeia muitas vezes os atos enrustidos da raca humana e sim uma verdadeira licao de moral, por ser a frase totalmente imoral e despida da hipocrisia que hoje sefaz necessaria, seja em um texto de blog, seja em comentarios sobre o mesmo, seja na postura de um postulante a qualquer tipo de gloria.

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  7. Quanta vibração: muito amor, ódio, revolta, euforia...

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  8. o que nunca falta é sempre o tal do iodo...

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  9. eh verdade, tanto o odio quanto o iodo se mostram presente em todos os comentarios... por sinal, as letras sao as mesmas, nao? ODIO IODO
    notavel coincidencia ou sinergia?
    l. meira eh polemico, instigante...

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  10. postar sem se identificar eh odio covarde ou iodo puro e simples?
    "o anonimato eh o combustivel dos monstros."
    winston churchill

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  11. L.Meira sempre posta assinando. Seja com codinome ou não. E, pode ter plena certeza: Anonimo, nunca foi um de seus personagens.

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  12. Gosto dos pensamentos de L.Meira, não a toa contratei ele para postar tudo que passa em sua cativante cabeça.
    Fico Feliz com a repercução dessas idéias e suas polemicas. Gostaria de pedir a todos que continuem participando do blog deixando qualquer tipo de opinião.
    Mas realmente seria legal que identifiquem-SE nos comentarios.

    "Nao sou mais funçao e a função é por mim"
    Dexter - Exilado sim, Preso não.

    Abraços Capeta

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  13. todos sabem qm eh faustino asprilla pois somente uma pessoa teria a sapiencia de se identificar com esta alcunha maravilhosa, praticamente assinando FELIPE FERRARI.
    e tenho dito.

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  14. A internet não tem fronteiras, as janelas, os links, estes hipertextos não tem ordem nem regras.
    Ao longo da história das literaturas também tem sido assim, (tenho pudores nesse momento em falar da literatura, mas vamos lá),
    como fez nosso mestre Fernando Pessoa, e seus infinitos heterônimos (Ricardo Reis, Bernardo Soares...), ou não vamos muito longe, aqui
    mesmo em nossa terra Brasylis, nosso poeta-cantor, Chico Buarque, até ele quando lhe exigiram,os Ditadores, escreveu
    no Anonimato, seu disco, Sinal Fechado, produzido no ano de 1973 se ouvirmos atentamente e com olhos abertos
    leremos o nome de Julinho da Adelaide, um nome quase sem rosto. Ou mesmo a nossa crônica jornalista, dos anos idos,
    com o grande Stalislaw Ponte Preta( Sérgio Porto), ou quem
    sabe o nosso maior piadista, o Barão de Itararé ( Apparício Torelly). Todos usaram pseudônimo, ou heterônimos, mas é sempre outro e não eles
    mesmo, mas cada um no seu tempo, e na internet hj somos todos senão sem nome.

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  15. fui pego de surpresa por ter meu nome citado, grafado, frisado, enfim, urrado num comentario qualquer. quero deixar claro que apesar de concordar quanto a sagacidade da alcunha FAUSTINO ASPRILLA nao tenho relacao alguma com ela. gostaria de prestar minha solidariedade com l. meira que ao inves de ter seu texto (diga-se de passagem, otimo e instigante, tb como ja foi dito) debatido, ve essa polemica esdruxula em relacao a palavra iodo. sempre uso codinomes em meus comentarios, de modo que os devidos camaradas consigam me identificar, de forma implicita e maravilhosa... pensando bem talvez eu seja faustino asprilla, ou talvez nao seja felipe ferrari qm esteja escrevendo isso. enfim, viva a inclusao digital!
    um abraco

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  16. Faustino Asprila,jogador de futebol,colombiano.
    Atuou em grandes clubes como Palmeiras,Parma entre outros.
    Dotado de malemolencia e faro de gol. Foi algoz argentino nas eleminatórias da copa de 94, realizada nos Estados Unidos da América.
    Seu estilo moleque, típico de seu país também ée constantemente visto na conduta do nosso amigo Felipe Ferrari. Mas acredito que o uso de suas famigeradas alcunhas e nomes de guerra são restritos a ícones do narcotráfico colombiano e outros típos de imoralidades que nossa sociedade permite.
    A internet realmente serve para isso. Expressar seus sentimentos e pensamentos sem nenhuma censura.
    L.Meira é o retrato disso.

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  17. Resumindo, aumenta o grave!

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Valeu! O Capeta agradece a sua participação!